Quem acompanha as notícias da economia nacional sempre ouve falar na Selic. A conhecida taxa básica de juros é um indicador importante. Por isso, afeta o mercado, as suas compras e os seus investimentos.
Tão importante quanto a inflação, a Selic é essencial para avaliar a rentabilidade dos investimentos. Especialmente, os da renda fixa. Por isso, é fundamental ter esse conhecimento.
Para explicar melhor a importância da taxa básica de juros, criamos este post. Confira e entenda.
O que é Selic?
A Selic é a taxa básica de juros na economia. Ela é utilizada como referência para todas as operações de empréstimos, financiamentos e investimentos.
Isso porque sua alíquota consiste na taxa média das operações diárias realizadas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Portanto, essa apuração gera a chamada Selic efetiva.
Essa taxa representa o percentual de juros realmente praticado no mercado. Ainda existe a Selic meta. Essa é aquela definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Os encontros acontecem a cada 45 dias.
Vale a pena observar que o Sistema Especial de Liquidação e Custódia é a origem da sigla da taxa básica de juros. Esse ambiente é administrado pelo Banco Central e recebe as negociações dos títulos públicos federais.
É preciso observar que as operações realizadas no sistema Selic são de curtíssimo prazo. Por isso, o vencimento ocorre em um dia. A garantia dessas movimentações são os próprios títulos públicos federais.
Como esse indicador impacta a economia?
Por ser a taxa básica de juros, a taxa Selic é um dos principais elementos da política monetária brasileira. Atualmente, o País se baseia em um sistema de metas inflacionárias.
Assim, a taxa básica ajuda a garantir o controle da inflação. Portanto, se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentar, a tendência é que o Copom eleve a Selic.
O objetivo dessa movimentação é garantir a estabilidade econômica. Além disso, é uma forma de evitar o descontrole de preços, como ocorria na década de 1980 e início dos anos 1990. Afinal, esse cenário leva à perda do poder de compra.
Influência da Selic na política monetária
A política monetária implementa suas medidas a partir do controle da quantidade de dinheiro circulante na economia. Isso porque o aumento da disponibilidade de recursos tendencia o consumo.
Em outras palavras, se as pessoas tiverem mais dinheiro, vão gastar mais. No entanto, a demanda maior por produtos e serviços faz os preços aumentarem. O inverso também é válido.
Assim, a Selic controla o volume de dinheiro na mão dos brasileiros. Se a taxa estiver alta, diminui o consumo. Isso porque fica mais caro contratar empréstimos e financiamentos por pessoas físicas e jurídicas, além do governo.
De outro lado, se a taxa estiver baixa, estimula o consumo. Assim, a quantidade de dinheiro em circulação é maior. Isso tende a elevar a inflação, caso outros fatores econômicos estiverem descontrolados.
Por isso, é preciso ficar claro que existem vários fatores que interferem na política e na economia. Ainda assim, a inflação e a Selic estão entre os dois principais motores da política monetária.
Quais são os efeitos da taxa básica de juros na sua vida?
Mais do que uma taxa econômica, a Selic impacta toda a vida dos brasileiros. Sua influência é verificada em vários aspectos, como:
- crédito: as taxas de juros em empréstimos e financiamentos são baseadas na Selic. Por isso, as alíquotas aplicadas diminuem ou aumentam de acordo com ela;
- consumo: o crédito mais caro reduz o nível de compras e vice-versa;
- investimentos: o aumento na taxa básica de juros traz uma rentabilidade maior nas aplicações de renda fixa.
Como é definida a taxa básica de juros?
A cada 45 dias, o Copom se reúne e faz a definição da Selic. O Comitê faz parte do Banco Central é formado por vários integrantes.
Durante dois dias, são verificadas as condições atuais da economia e as perspectivas futuras. Assim, é anunciado em quanto ficará a taxa básica de juros. Ela pode ser:
- aumentada;
- mantida;
- reduzida.
No entanto, essa definição é para a Selic meta. Esse é o objetivo a perseguir. Dessa forma, o Banco Central pode negociar títulos públicos e usar de outros instrumentos para garantir que a taxa efetiva esteja o mais próximo possível.
Ata do Copom
Seis dias úteis após as reuniões, é divulgada a ata da reunião. Ali estão todos os detalhes do encontro. Por isso, o mercado busca obter o máximo de informações para alinhar as expectativas para os próximos encontros.
Isso também interfere na vida dos contribuintes. Se a perspectiva é de manutenção ou queda da taxa de juros, fica mais fácil contrair empréstimos e financiamentos. Por outro lado, se o caminho indicado é diferente, vale a pena repensar.
Para investidores, a ata do Copom também representa um ponto-chave para suas decisões. Por exemplo, se a taxa diminuir no curto prazo, uma aplicação com rentabilidade prefixada tende a ser mais interessante.
Afinal, você continuará ganhando um percentual maior até a data de vencimento. Por outro lado, se a taxa aumentar, o investimento pós-fixado é melhor. Assim, você ganha com essa alta.
Atuação do Copom
Assim que definida a taxa básica de juros, o Comitê age de acordo com o mercado aberto. Isso significa que são comprados e vendidos títulos públicos federais. A partir dessas negociações diárias, A taxa Selic efetiva é mantida próxima de sua meta.
Portanto, se o objetivo é a alta dos juros, o Banco Central vende títulos públicos. Por sua vez, se a busca for pela queda, os papéis são comprados.
Quais investimentos são impactados?
A taxa básica de juros impacta alguns investimentos de forma direta. Entre as principais aplicações financeiras nessa condição estão:
- Tesouro Direto;
- poupança;
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA);
- debêntures;
- Letras de Câmbio (LC);
- Letras Hipotecárias (LH);
- Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Imobiliário (CRI).
Em algumas dessas alternativas, o indexador é a própria taxa básica de juros. Por exemplo, o Tesouro Selic. Em outras, o efeito ocorre sobre o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Essa é a taxa das operações entre bancos. Apesar disso, a taxa de juros é usada como referência. Portanto, o CDI fica sempre perto do resultado da Selic. Geralmente, 0,2 ponto percentual menor.
Por isso, uma aplicação indexada pela CDI também sofre influência da taxa básica de juros. Porém, esse impacto ocorre de forma indireta.
Além da taxa de juros, a escolha dos investimentos também deve ser baseada na inflação. Isso porque uma Selic alta acompanhada de IPCA alto leva a uma rentabilidade real pequena. Ou seja, o poder de compra não é mantido.
Por isso, é fundamental fazer uma análise mais ampla. Desse modo, é possível entender qual é o melhor cenário para o momento.
Ainda assim, a Selic é um bom indicador a analisar. Com ela, é possível definir o melhor momento para contratar crédito e também para investir seu dinheiro.