Qualquer companhia de capital aberto precisa divulgar seus relatórios contábeis. Um dos principais é a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Ali, está presente o resultado financeiro. O que isso realmente significa?
O resultado financeiro compreende o quanto a empresa teve de ganhos ou perdas em determinado período. Por isso, indica se a companhia é uma opção de investimento.
Além do mais, esse número mostra qual é a situação do negócio. Ou seja, se as perspectivas são positivas ou negativas. Agora que você entendeu rapidamente por que vale a pena atentar a esse dado, compreenda melhor seu contexto.
Afinal, o que é resultado financeiro?
O resultado financeiro é o número que indica se a empresa teve lucro ou prejuízo em atividades não operacionais. Portanto, registra a movimentação de caixa e contabiliza receitas, custos, despesas e investimentos. Tudo no regime de caixa.
Isso significa que as operações são registradas no mês em que o pagamento é realizado. Além disso, as atividades não operacionais são aquelas sem relação direta com os produtos ou serviços comercializados.
O resultado financeiro da empresa está apresentado no Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). No entanto, o dado também pode ser verificado na DRE. Isso é o que determina a Lei 6.404/1976.
Como calcular esse resultado?
O número deve ser obtido a partir das receitas financeiras menos as despesas financeiras. O primeiro componente da fórmula é derivado de investimentos monetários. Por exemplo, aplicações financeiras.
Por sua vez, o segundo item consiste em gastos, especialmente os chamados passivos onerosos. Esses são valores que exigem pagamentos de juros. Por exemplo, financiamentos, empréstimos e debêntures.
As variações cambiais são outro fator considerado, assim como operações no mercado futuro. Nesse caso, a empresa deve realizar atividades de comércio exterior.
Como interpretar os dados?
A análise do resultado financeiro é importante para identificar como está a gestão financeira da empresa. Por meio dele, é possível saber:
- o efeito da alocação de caixa;
- os juros pagos devido às dívidas.
Apesar disso, o resultado financeiro negativo nem sempre é ruim. Se a dívida for equilibrada, a companhia ainda pode ser saudável. Assim, gera retorno aos acionistas.
Além do mais, a dívida pode ser relativa a um investimento. Nesse caso, tem a função de impulsionar o lucro futuro.
Da mesma forma, um resultado financeiro positivo pode não ser bom. Quando a companhia tem muito dinheiro em caixa, gera rendimentos para ela. No entanto, não eleva sua receita. Ou seja, suas margens de lucro ficam estagnadas.
Por isso, é importante aliar o resultado das finanças a outros indicadores. Assim, é possível ter uma visão mais ampla.
Cuidados na análise
Além desses fatores, é preciso atentar a outros aspectos. É fundamental avaliar o balanço patrimonial. Isso porque ele mostra exatamente o saldo de dinheiro em caixa.
Ainda vale a pena atentar se a empresa está alavancada. Quando isso acontece, ela paga juros altos e pode deixar de honrar seus compromissos. Já uma companhia com alto valor em caixa tende a representar uma escolha mais conservadora.
Resultado financeiro x resultado econômico: quais as diferenças?
Apesar dos termos serem parecidos, seu conceito é diferente. Como explicado, o resultado financeiro utiliza o regime de caixa.
Assim, se uma máquina é comprada em 12 parcelas, o registro é feito mensalmente, conforme os pagamentos forem feitos. Por isso, vale a pena observar o DFC.
Já o resultado econômico adota o regime de competência. Nesse caso, o fato gerador é lançado assim que a operação acontece. Portanto, a data do pagamento não interfere.
No exemplo da máquina, o registro seria feito no seu valor total. Assim, as 12 parcelas são desconsideradas. Esse é o motivo pelo qual o resultado econômico fica claro na DRE.
Ou seja, o resultado financeiro pode ser verificado no DFC. Caso você analise a DRE, deve saber que o regime adotado é diferente.
De toda forma, o resultado financeiro é indispensável aos investidores. Ele permite saber se a empresa é uma boa opção para alocar o dinheiro. Assim, é mais fácil garantir o pagamento de dividendos.