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Entenda como funciona o come-cotas

Entenda como funciona o come-cotas

Você investe em fundos de investimento? Então, precisa conhecer o come-cotas. Esse é o mecanismo que permite o recolhimento antecipado do Imposto de Renda (IR).

Apesar de já estar prevista, a cobrança do come-cotas pode trazer prejuízos para o seu rendimento. Especialmente, quando o investimento for de longo prazo.

Por isso, é importante entender os seus impactos sobre os fundos de investimentos. A seguir, vamos explicar melhor. Acompanhe.

O que é come-cotas?

O come-cotas se refere à cobrança antecipada do IR em algumas modalidades de fundos de investimentos. O recolhimento é semestral, feito sempre no último dia útil de maio e novembro.

Nessas datas, o investidor verifica um resgate no seu extrato da conta da corretora de valores. No entanto, o que acontece é uma redução do número de cotas. Ela equivale ao percentual do IR sobre o rendimento.

A alíquota aplicada depende do tipo de fundo. Se for de curto prazo, é de 20%. Quando é de longo prazo, 15%.

Como o IR incide sobre os fundos de investimento?

Essa aplicação financeira sempre sofre a cobrança de Imposto de Renda. A tabela seguida é a regressiva.

Assim, os fundos de curto prazo sofrem a aplicação dos percentuais a seguir:

  • 22,5% para investimentos de até 180 dias;
  • 20% para aplicações com 181 dias ou mais.

Para os fundos de longo prazo, a incidência é de acordo com as seguintes alíquotas:

  • 22,5% para investimentos de até 180 dias;
  • 20% para períodos entre 181 e 360 dias;
  • 17,5% para aplicações entre 361 e 720 dias;
  • 15% para períodos de 721 dias ou mais.

Nesse cenário, o come-cotas antecipa parte do IR retido na fonte (IRRF). Sua alíquota sempre é a menor. Ou seja, 15% sobre fundos de longo prazo e 20% sobre os de curto prazo.

No momento do resgate, é calculada a diferença entre o recolhimento adiantado e a alíquota do IR efetivamente aplicada. Por exemplo, imagine que você tem um fundo de curto prazo. A cobrança do come-cotas equivale a 20%.

O resgate dos valores é feito com 190 dias. Como você pode ver acima, o percentual aplicado é de 20%. Portanto, o imposto já está quitado.

No entanto, se o saque ocorrer com 100 dias, será preciso pagar o que faltou. Isso porque a porcentagem do IR para esse período é de 12,5%.

Mão segurando uma caneta calcula valores de números verdes e vermelhos descritos em um papel, mostrando a cobrança do come-cotas.

Como a antecipação do IR funciona?

O recolhimento do come-cotas é feito de forma automática. Caso o saque seja realizado antes do prazo de incidência, será preciso pagar a diferença do imposto.

Para entender como ocorre essa cobrança, imagine que você adquiriu 20 cotas de um fundo de longo prazo. O valor unitário é de R$ 500. Portanto, o total investido foi de R$ 10 mil.

No dia 31 de maio, as cotas valiam R$ 600. Assim, o capital investido chegou a R$ 12 mil. A aplicação do come-cotas valerá para o lucro obtido, que foi de R$ 2 mil.

Como é de longo prazo, a alíquota é de 15%. Portanto, o resultado é de R$ 300 (15% x R$ 2.000). Isso significa que o valor líquido foi de R$ 11,7 mil.

A partir desse número, será possível saber quantas cotas restarão na carteira. Para isso, divida o valor líquido pelo preço atual da cota. Assim, temos o resultado de 19,5. Essa é a quantidade buscada.

Lembre-se de que, no começo, você havia comprado 20. Agora, ficou com 19. O número é arrendondado para baixo.

Quais fundos sofrem a incidência do come-cotas?

Nem todos os fundos têm essa cobrança. Por isso, é um fator importante na sua escolha. As opções isentas dessa cobrança são os fundos de:

Por sua vez, os investimentos sujeitos ao come-cotas são os fundos:

  • de renda fixa;
  • multimercado;
  • cambiais;
  • DI.

Assim, essa antecipação do IR ocorre na maioria dos fundos. Apesar de ser comum, é preciso ter atenção. Afinal, ela prejudica o rendimento do investidor.

Isso porque as cotas que ficariam valorizando até o período do resgate deixam de existir. Portanto, antes de escolher o fundo, considere o come-cotas no cálculo. Dessa forma, você escolhe a opção certa.

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    Jacinto Neto
    Jacinto Neto Analista CNPI e sócio do Funds Explorer
    Formado em administração pública pela FGV-SP, mestre em Finanças e Controladoria pela FIPECAFI, analista CNPI e sócio do Funds Explorer. Possui experiência maior que 5 anos, trabalhando com estratégia de investimentos, planejamento e modelagem financeira, além de análise de fundos de investimento imobiliário.

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