Ao analisar o balanço patrimonial de uma empresa, você verá seu ativo não circulante. Esse valor sinaliza os bens e direitos da companhia com baixa liquidez. Por isso, há dificuldade em transformá-los em dinheiro.
No entanto, o ativo não circulante é essencial para a tomada de decisão de investimento. Isso porque ele ajuda a determinar o valor da companhia. Entenda melhor.
O que é ativo não circulante?
Primeiramente, o ativo não circulante é um indicador contábil que sinaliza todos os bens e direitos da empresa sem capacidade de serem transformado em capital no curto prazo. Dessa maneira, são itens que permanecem por mais de 12 meses no balanço patrimonial.
Esse período é considerado longo. Por isso, os ativos não circulantes são bens duradouros e não são oferecidos para o consumidor final. Por exemplo, veículos, máquinas e imóveis.
Quais são os tipos de ativo não circulante?
Apesar da definição ser a mesma, existem quatro classificações desse item contábil. Essa definição está descrita na Lei 11.941/2009. Assim, ele pode ser:
Realizável a longo prazo
São aqueles ativos que a empresa só poderá utilizar a partir de um ano. Em outras palavras, são válidos somente para o próximo exercício contábil.
Alguns exemplos de ativos realizáveis a longo prazo são:
- impostos e créditos fiscais recuperados;
- empréstimos, adiantamentos ou vendas, qualquer que seja o prazo;
- depósitos e investimentos com período superior a 365 dias;
- conta de longo prazo com recebimento acima de 12 meses;
- despesas antecipadas de longo prazo.
Investimentos
Abrangem as iniciativas realizadas com o objetivo de gerar rendimentos futuros para a companhia. Há várias alternativas. Por exemplo:
- investimentos de renda variável, como commodities, ações, moedas e derivativos;
- aquisição antecipada de equipamentos, máquinas, imóveis e bens de capital;
- melhorias estruturais e outras aplicações ainda não realizadas para aumentar a produção;
- participações societárias.
No ativo não circulante do tipo investimentos, a provisão de perdas é um fator redutor do valor. Pelo menos, de alguns bens.
Imobilizado
É composto por bens tangíveis e físicos usados nas atividades organizacionais. Por isso, essa classe é necessária para o funcionamento da empresa.
Também chamado de ativo fixo ou patrimonial, o ativo não circulante imobilizado é essencial. Portanto, a empresa não pretende se desfazer dele. Alguns exemplos são:
- imóveis;
- equipamentos, máquinas e ferramentas;
- veículos;
- móveis e utensílios;
- recursos naturais exploráveis, como florestas, jazidas e minas.
Aqui, também existem fatores redutores. Dois deles são a depreciação e a exaustão. O primeiro se refere ao desgaste devido ao tempo de uso. O segundo, ao esgotamento pela exploração.
Intangível
Contempla bens e direitos com valor econômico e que contribuem para a empresa. No entanto, não existem fisicamente. Os principais exemplos são:
- patentes registradas;
- elementos de identidade, por exemplo, logotipos, marcas, domínios da internet e mais;
- direitos de exploração;
- tecnologias e processos produtivos;
- direitos autorais e propriedade intelectual.
Por isso, a amortização é um fator redutor nos ativos não circulantes intangíveis. Afinal, ela gera a desvalorização devido ao tempo de uso.
Por que o investidor deve atentar ao balanço patrimonial?
O ativo não circulante é um dos elementos desse relatório contábil. Esse documento é importante para as tomadas de decisão de investimento.
A partir dele, é possível comparar o ativo circulante (alta liquidez) com o não circulante. Assim, é possível verificar a capacidade da empresa de transformar seus ativos em dinheiro.
Além disso, os ativos não circulantes fornecem indicativos sobre o crescimento da empresa e seu estágio evolutivo. Por exemplo, se houver muitos bens intangíveis, pode indicar potencial de mercado e crescimento a longo prazo.
Afinal, os ativos intangíveis não se depreciam com o tempo. Além disso, o investimento inicial é amortizado. Com isso, seu valor aumenta com o tempo.
Portanto, o investidor deve atentar ao ativo não circulante da empresa antes de aplicar seu capital. Isso porque ele traz uma ideia de como a empresa está e qual é seu potencial de geração de caixa.